RESUMO: Este livro, Rodolfo Teófilo romancista, foi fruto de uma pesquisa sobre a formação intelectual e literária de Rodolfo Teófilo (1853-1932), que investigou o seu amadurecimento como ficcionista no romance O paroara (1899). O livro divide-se em três capítulos. O primeiro situa o escritor criticamente em sua conturbada época e espaço social, a Fortaleza da Belle Époque, e desenvolve as categorias contexto, campo literário e habitus, respectivamente, estabelecidas por Dominique Maingueneau, em O contexto da obra literária (2001) e por Pierre Bourdieu, em As regras da arte (1996). No segundo, foi investigado o rol de leituras de Rodolfo Teófilo que configurou a base de sua cosmovisão cientificista. Para examinar os seus embates com a tradição literária, foram empregadas a concepções de angústia da influência e de desleitura, do crítico Harold Bloom, em A angústia da influência (1991) e Um mapa da desleitura (2003). No terceiro capítulo, em relação à superação das influências de leitura, foi examinado os textos ficcionais da década de 1890 e a construção do estilo naturalista-regionalista de Teófilo. Para esse processo, foram empregadas as categorias estilo, língua e escritura, por Roland Barthes, em O grau zero da escritura (1974), além do conceito de estilo tropical, desenvolvido pelo crítico cearense Araripe Júnior, no ensaio “Estilo tropical. A fórmula do naturalismo brasileiro” (1888). Com seus romances, em especial, O Paroara (1899), Rodolfo Teófilo empreendeu uma desapropriação poética da escola naturalista e atingiu uma escritura singular, recriando o regionalismo no Ceará, tornando-se precursor da chamada “Literatura das secas”. Este livro é a versão revisada e atualizada da dissertação de mestrado Rodolpho Theophilo: a construção de um romancista, defendida em 2011, sob a orientação de Odalice de Castro Silva, Professora Titular do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Ceará. A publicação desse livro foi apoiada pela Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP) e pela Secretaria de Cultura do Ceará, por meio do prêmio XII Edital Ceará de Incentivo às Artes 2022.