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60 anos de publicação de O Planeta dos Macacos



Há 60 anos, em janeiro de 1963, foi publicado o incrível romance do autor francês Pierre Boulle, O Planeta dos macacos, um dos marcos da ficção científica no século XX, que influenciou fortemente o cinema e os quadrinhos.


Pierre Boulle (1912-1994) foi um escritor francês que serviu na 2ª Guerra Mundial como espião no sudeste asiático. Escreveu mais de três dezenas de livros, e os mais famosos são A Ponte do Rio Kwai (1952) e O Planeta dos Macacos (1963), que foram sucessos comerciais, rapidamente traduzidos para vários idiomas.


O romance conta a história de três homens que exploram um planeta distante semelhante à Terra, onde descobrem que grandes símios são as espécies dominantes e inteligentes, enquanto a humanidade foi reduzida a um estado animal. O narrador, Ulysse Mérou, é capturado pelos macacos e se encontra trancado em um laboratório. Provando sua inteligência para os macacos, ele então ajuda os cientistas dos macacos a descobrir as origens de sua civilização. Uma sátira da humanidade, da ciência e da guerra, o livro também aborda os temas do instinto de sobrevivência, do evolucionismo e da sociedade humana.


Em 1968, o livro ganhou grande fama com a adaptação cinematográfica do diretor Franklin J. Schaffner (1968), estrelando Charlton Heston.


No filme, a espaçonave americana Icare, que partiu em 1971 com 4 tripulantes a bordo, cruza o espaço a uma velocidade próxima da luz. Ao final da viagem de 18 meses, a nave caiu em 25 de novembro de 39782, em um misterioso planeta, no coração de uma região desértica. Os 3 sobreviventes do acidente, o capitão George Taylor e os tenentes John Landon e Thomas Dodge, descobrem rapidamente que este mundo é povoado por homens ‘primitivos’ dominados por uma raça de macacos evoluídos.


Planeta dos Macacos causa choque visual, pois desde o aparecimento na tela dos macacos, ficamos impactados por esses personagens que dominam e caçam outra espécie ‘inferior’: os humanos. Uma cena antológica é a caça dos humanos pelos macacos a cavalo no milharal. O filme também se tornou uma referência em termos de maquiagem e efeitos especiais, devido ao trabalho de John Chambers, que ganhou um Óscar honorário em 1969.


Lançado em 1968, o filme traz em forma de alegoria, muitas discussões e críticas sobre as problemáticas que assolavam os Estados Unidos nessa época, e se constrói como sátira à intolerância e ao fanatismo religioso. Ele aborda metaforicamente o movimento dos direitos civis afro-americanos, o domínio relativo do homem sobre a natureza e o medo das consequências do conflito nuclear.


O filme gerou várias continuações, séries e quadrinhos, brinquedos, um sucesso comercial midiático de uma história de ficção científica antes de Star Wars, de George Lucas.


Além dos filmes, fica a dica da leitura do livro que inspirou todo esse universo, um autêntico romance voltairiano, que oferece uma reflexão irônica, por vezes mordaz e sútil, sobre a arrogância dos seres humanos, ao mesmo tempo em que oferece ao leitor um texto sombrio, original e libertário.



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