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Dia da literatura cearense - 2021


O Ceará é manancial de uma tradição literária rica: berço do romancista José de Alencar; pioneiro na divulgação filosófica, nos movimentos políticos e nas manifestações estéticas; lar de clubes e de agremiações literárias, de boêmios e brincalhões; de poetas e ficcionistas que cantaram a serra, o mar e o sertão.

Em 1930, com a publicação de "O Quinze", Rachel de Queiroz apresenta ao público brasileiro um novo ciclo dos romances nordestinos na ficção brasileira. Publicado, primeiramente, em Fortaleza, pela tipografia Urânia, não teve muita receptividade na cidade. Poucos meses depois, ao ser distribuído no Rio de Janeiro e em São Paulo, chamou a atenção dos leitores e da crítica literária. Nomes como Augusto Frederico Schmidt, Graça Aranha, Agripino Grieco e Gastão Gruls manifestaram a sua opinião sobre o romance.


O Quinze não foi o primeiro livro sobre a secas e, tampouco foi a obra de estreia da escritora, mas, como romancista. Seu grande mérito, além da qualidade artística de sua escritura, foi de apresentar o assunto das secas a todo o país, tratando os dramas humanos sem sentimentalismos, afastada de maniqueísmos e sem o peso descritivo do cientificismo dos autores naturalistas.


Rachel nos declara que "na verdade, quando escrevi O Quinze eu já era profissional - trabalhava em jornal e tinha feito até um romancinho em folhetim" (1997). Desde os dezesseis anos que ela atuava como jornalista, em O Ceará, de Júlio Ibiapina, A Jandaia, de Aldo Prado, na revista modernista Maracajá, e no jornal O Povo, de Demócrito Rocha. Ela produzia crônicas, reportagens, poesias e, como a escritora declarou, ensaiou a escrita de um folhetim.


Com o intuito de conscientizar as pessoas da importância cultural da literatura cearense, na gestão do governador e acadêmico Lúcio Alcântara, por meio da lei estadual Nº 13.411, de 15 de dezembro de 2003, de autoria do ex-deputado Adahil Barreto, houve a instituição do "Dia da Literatura Cearense", que passou a ser comemorada no dia 17 de novembro, em homenagem ao nascimento de Rachel de Queiroz. Com a publicação do romance O Quinze (1930), a escritora alcançou ampla repercussão, conquistando o interesse dos leitores e da crítica, ao alavancar um novo ciclo dos romances nordestinos na ficção brasileira. Pela força poética de suas narrativas, Rachel de Queiroz tornou-se símbolo da literatura e da cultura cearense, assim como Patativa do Assaré, José de Alencar, Juvenal Galeno, Oliveira Paiva e a agremiação literária e artística, Padaria Espiritual.

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