Hoje é celebrado o dia do poeta. Para este dia, meditamos a partir das reflexões do poeta hispano-americano Octavio Paz afirmou que a linguagem era o motor essencial do destino da sociedade humana. Na obra o "Arco e a lira" (1984), ele interpretou a linguagem poética como um instrumento confiável da situação ideológica, política da sociedade e da responsabilidade individual perante ela.
Em um poema, Octavio Paz descreve a condição do fazer poético.
"Destino do Poeta"
Palavras? Sim. De ar
e perdidas no ar.
Deixa que eu me perca entre palavras,
deixa que eu seja o ar entre esses lábios,
um sopro erra mundo sem contornos,
breve aroma que no ar se desvanece.
Também a luz em si mesma se perde.
(trad. Haroldo de Campos)
Para o poeta, a poesia é como uma filosofia, pois partilha também do mesmo sentimento de contemplação da vida, porém, é uma atividade anfíbia, porque faz parte e está atrelada ao contexto histórico, e nem é história, nem filosofia. A poesia parte do mundo concreto, não é abstrata e nem está apartada da realidade, como ele cita no livro "O arco e a Lira:
"A poesia é conhecimento, salvação, poder, abandono. Operação capaz de transformar o mundo, a atividade poética é revolucionária por natureza; exercício espiritual, é um método de libertação interior. A poesia revela este mundo; cria outro. [...] Isola; une. Convite à viagem; regresso à terra natal. Inspiração, respiração, exercício muscular. [...] Expressão histórica de raças, nações, classes. Nega a história: em seu seio resolvem-se todos os conflitos objetivos e o homem adquire, afinal, a consciência de ser algo mais que passagem" (PAZ, 1984, p. 15).
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