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MINICURSO: DOS DIREITOS DO LEITOR: REFLEXÕES ACERCA DO ENSINO DA LITERATURA


Todos estão convidados a participar do Minicurso "Dos direitos do leitor: reflexões acerca do ensino da literatura", que compõe a programação da XIII Semana de Humanidades da UFC, e ocorrerá nos dias 08 e 09 de outubro. O minicurso foi orientado pela Prof.ª Dr.ª Odalice de Castro Silva (UFC). O nosso propósito apresentar as ideias do escritor francês Daniel Pennac, no livro "Como um romance" (1993), observando como ele subverte o ensino tradicional de literatura ao propor o seu ensino pautado no deleite dos livros e nos "direitos imprescritíveis do leitor". O que afasta o jovem da leitura? Por que os livros são vistos como objetos chatos e tediosos? Nesse minicurso, além de Pennac, dialogaremos com Tzvetan Todorov, Italo Calvino e Ana Maria Machado. Ilustrações de Quentin Blake. Recado importante: o formulário é a inscrição geral no evento, posteriormente, no momento do credenciamento, que você vai se inscrever em nosso minicurso.

Proponente: Prof. Dr. Charles Ribeiro Pinheiro

Quando: dias 08 e 09 de outubro, das 14h às 16h.

Onde: Bloco de Letras Diurno, sala 10 - Centro de Humanidades 1, Campus do Benfica - UFC.


Mais informações: entrelugar.literaturacearense@gmail.com

Instagram: charles.ribeiro.pinheiro




RESUMO: Nas primeiras duas décadas do século XXI, o livro, como instrumento de aquisição cultural, devido ao aperfeiçoamento das tecnologias de comunicação em mídias digitais, deparou-se com uma gama de concorrentes com proporções de várias Babéis: tvs por assinatura, redes sociais, tablets e smartphones, canais de vídeos, serviços de streaming e jogos on line. Esse argumento serviria de subterfúgio para afirmar o desinteresse da leitura pelos jovens. Contudo, o escritor francês Daniel Pennac, na obra Como um romance (2008), além dos atrativos tecnológicos, declara que o que afasta a criança e o adolescente do convívio com o livro é a prática autoritária da leitura adotada por colégios, por políticas públicas, pelo vestibular. Pennac questiona, de modo poético e sarcástico, por que os livros da literatura universal tornarem-se um fardo e objeto tedioso para os jovens. Ao longo da obra, o autor propõe os 10 "direitos imprescritíveis do leitor", tais como o "direito de não ler", o "direito de pular páginas", o "direito de reler", etc. O propósito do minicurso é apresentar as ideias de Daniel Pennac em Como um romance, observando como ele subverte o ensino tradicional de literatura ao propor o deleite dos livros e nos "direitos imprescritíveis do leitor", atualizando a discussão para o nosso contexto atual. Para discutir sobre a problemática do ensino da literatura, dialogamos com: Ezequiel Theodoro da Silva, em Elementos de uma pedagogia da leitura (1998); Italo Calvino, Porque ler os clássicos? (1993); Ana Maria Machado, em Como e porque ler os clássicos universais desde cedo (2002); Vincent Jouve, Porque estudar Literatura (2012) e A leitura (2002) e Tzvetan Todorov, A literatura em perigo (2009). Na minicurso, discutimos a necessidade de trabalharmos um ensino da literatura que estimule e alimente o pensamento reflexivo de modo criativo, gratuito e atraente, sem o peso impositivo de um autoritarismo pedagógico e de uma falsa pragmática.

Palavras chave: Daniel Pennac; Literatura; Leitura; Ensino; Clássicos.



DIREITOS IMPRESCRITÍVEIS DO LEITOR

1. O direito de não ler.

2. O direito de pular páginas.

3. O direito de não terminar um livro.

4. O direito de reler.

5. O direito de ler qualquer coisa.

6. O direito ao bovarismo (doença textualmente transmissível).

7. O direito de ler em qualquer lugar.

8. O direito de ler uma frase aqui e outra ali.

9. O direito de ler em voz alta.

10. O direito de calar.



Daniel Pennac (Pennacchioni) nasceu em Casablanca, Marrocos, em 1944, e é filho de um oficial francês que servia no país. Na França, foi professor de língua francesa, apaixonado pelo ensino das letras. Como escritor, entre os seus livros publicados estão: O paraíso dos ogros, A pequena vendedora de prosa, Senhor Malaussène, Frutos da Paixão, entre outros. O livro Como um romance foi um dos mais vendidos na França em 1992.



BIBLIOGRAFIA

ARISTÓTELES, HORÁCIO E LONGINO. A poética clássica. São Paulo: Cultrix, 1997. BLOOM, Harold. O cânone ocidental: os livros e a escola do tempo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. CALVINO, Italo. Por que ler os clássicos. São Paulo: Companhia das Letras, 1993. COMPAGNON, Antoine. Literatura Para quê? Tradução de Laura Taddei Brandini. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2009. FREIRE, Paulo. A Importância do Ato de Ler: em três artigos que se completam. 22 ed. São Paulo: Cortez, 1988. JOUVE, Vincent. Por que estudar literatura? Trad. Marcos Bagno e Marcos Marcionilo. São Paulo: Parábola, 2012. JOUVE, Vincent. A leitura. São Paulo: UNESP, 2002. MACHADO, Ana Maria. Como e porque ler os clássicos universais desde cedo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002. PENNAC, Daniel. Como um romance. Rio de Janeiro: Rocco, 1993. PIGLIA, Ricardo. O último leitor. São Paulo: Companhia das letras, 2006. CASTAGNINO, Raúl. O que é literatura? São Paulo: Editora Mestre Jou, 1969. SILVA, Ezequiel Theodoro da. Elementos de uma pedagogia da leitura. São Paulo: Martins Fontes, 1998. TODOROV, Tzvetan. A literatura em perigo. Tradução de Caio Meira. São Paulo: Difel, 2009.



A Semana de Humanidades é um projeto de iniciativa do Centro de Humanidades da UFC, que a cada ano mostra ser fundamental para a integração entre alunos, professores e servidores técnico-administrativos, num processo de democratização de informações, conhecimentos e oportunidades. Sua décima terceira edição tem como tema central "50 anos do CH: Memória e Cultura" e se propõe a ampliar os espaços para reflexão em torno do papel das Ciências Humanas no mundo contemporâneo. Esse ano, o evento ocorrerá nos dias 7, 8 e 9 de Outubro. A programação contará com palestras, mesas redondas, rodas de conversas, oficinas, minicursos, atividades artístico-culturais, dentre outras.

https://semanadehumanidadeschufc.wordpress.com/

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