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Moreira Campos - Contos escolhidos



Meu exemplar autografado desse importante livro de Moreira Campos “Contos Escolhidos”, de 1971.


O gênero conto de feição moderna só se estabeleceu com vigor no Ceará, na década de 1940, nos números da Revista do Grupo Clã, com Braga Montenegro, Moreira Campos, Fran Martins, Eduardo Campos e Lúcia Martins, tidos como novos contistas da época.


Segundo o escritor cearense Herman Lima, no livro “Variações sobre o conto”, Moreira Campos “é um mestre do conto moderno, desde o aparecimento do seu primeiro livro, Vidas Marginais (1949), no qual há pelo menos uma obra-prima do conto universal desta hora, “Lama e Folhas” [...] “As pequenas ou grandes tragédias, as comédias ocultas do cotidiano burguês, fixadas por ele, ganham, em sua mão experiente, uma especificidade que o aproxima dos maiores nomes do conto psicológico de todos os tempos, de Machado de Assis para cá, inclusive e principalmente Tchecov, de sua íntima e fiel convivência, ou, mais perto de nós, de um Joyce dos Dubliners ou um Sherwood Anderson, de Winesburg Ohio”.


Além dos magníficos contos selecionados para a obra, há um interessante prefácio, em que o escritor Moreira Campos define o gênero “conto”: “um momento, um ‘flash’, uma fatia de vida, uma impressão, uma mancha, como querem alguns” (1971, p. 12). Essa definição sobre o gênero, apoia-se na visão tchecoviana. É uma visão modernista, pela qual o conto deve ser o mais enxuto possível, ter o mínimo de detalhes, mas com um forte poder de síntese e significação de suas palavras e frases.


Moreira Campos é o mestre do conto, não apenas no Ceará, mas no Brasil. Merece ser lido, estudado e valorizado.


CAMPOS, Moreira. Contos escolhidos. Fortaleza: Imprensa Universitária da UFC, 1971.

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