Oficina gratuita na XV Semana de Humanidades - UFC
Quando: 21, 22 e 23 de novembro de 2022.
Carga Horária: 04h (Presencial) - de 16h30-18h
Capacidade 35 inscritos
Público-alvo: alunos de graduação e professores.
Onde: Centro de Humanidades I, Campus do Benfica - UFC
Inscrições: 01 a 15 de novembro
RESUMO: No ano de 2022, a Padaria Espiritual completou 130 anos de sua fundação, fato que assinala uma longa tradição de associações literárias no Ceará, como ressaltou o historiador Dolor Barreira (1948). Na época de sua atuação (1892-1898), a Padaria Espiritual teve repercussão nacional e internacional, sobretudo, em Portugal. Mas, afinal, o que foi a Padaria Espiritual? Ela foi uma agremiação cultural que surgiu, no final de maio de 1892, nas cadeiras do Café Java, quiosque estilo Art Nouveau que ficava na Praça do Ferreira, no Centro de Fortaleza, de propriedade de Mané Coco. O Café concentrava jovens boêmios e literatos que debatiam as novidades literárias da época. Fortaleza passava por um período de aformoseamento urbano, em que as ruas e praças e, principalmente, o Passeio Público e a Praça do Ferreira, eram palcos da efervescência social, repletas de pessoas que desfilavam entusiasmadas e influenciadas pela cultura francesa, com o desejo de fazer da cidade um tropical cenário da Belle Époque. Nesse contexto, a Padaria Espiritual foi formada pelo gracejo do poeta Antônio Sales e de jovens músicos, escritores e jornalistas que queriam criar um grêmio cultural para despertar o gosto pelas letras em Fortaleza. Porém, Antônio Sales não queria criar uma instituição séria e formal, como tantas academias que existiam, mas uma que "fosse uma cousa nova, original e mesmo um tanto escandalosa, que sacudisse o nosso meio e tivesse uma repercussão lá fora". Sales redigiu irreverente Programa de instalação, que descrevia o objetivo do grêmio de levar o 'pão do espírito", ou seja, os livros para os "sócios e aos povos em geral". A Padaria foi formada por vinte sócios (padeiros) que adotaram nomes de guerra e produziram um jornal intitulado O pão que contou com 36 números, editados entre 1892 a 1896. Como forma de homenagear os 130 anos da agremiação, o objetivo da oficina é apresentar a história da Padaria Espiritual, relacionando as atividades culturais do grêmio com o contexto e o campo literário de Fortaleza, assim como analisar e discutir os textos literários publicados no Jornal O Pão. A oficina será constituída por dois encontros: no primeiro encontro (2 horas) será apresentada a história de Fortaleza em paralelo à formação do sistema literário na capital e às principais associações literárias, com destaque à Padaria Espiritual. No segundo momento (2 horas), serão examinados os textos publicados no Jornal O pão que expressam os estilos estéticos e os temas desenvolvidos pelos padeiros, com ênfase à poemas, crônicas, ensaios, charadas, textos humorísticos, em especial, os que tratam do cotidiano de Fortaleza. Como base teórica dessa oficina, salientamos o diálogo com Dominique Maingueneau (2001), Pierre Bourdieu (1996), Antônio Candido (2000), Walter Benjamin (1989) e, sobretudo, contamos com o suporte historiográfico de Leonardo Mota (1938), Dolor Barreira (1948), José Ramos Tinhorão (1966), Sânzio de Azevedo (1983) e (1996), Eduardo Campos (1985) e Sebastião Rogério Ponte (2001). Esta Oficina está vinculada ao projeto ao projeto "Padaria Espiritual em Quadrinhos". Para o bom andamento da oficina, que será presencial, compor-se-á no máximo de trinta e cinco participantes, além de uma sala equipada com datashow.
Palavras-chave: Padaria Espiritual, Literatura Cearense, Fortaleza, Contexto literário.
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