O escritor francês Émile Zola (1840-1902) desenvolveu a estética naturalista e foi o seu principal propagandista. Iniciou a carreira com a publicação de alguns folhetins românticos, mas com a publicação do romance Thérèse Raquin, em 1867, Zola iniciou o Naturalismo na Europa.
Ele escreveu no prefácio da obra os seus propósitos literários:
“Em Thérèse Raquin, eu quis estudar temperamentos e não caracteres. Aí está o livro todo. Escolhi personagens soberanamente dominadas pelos nervos e pelo sangue, desprovidas de livre-arbítrio, arrastadas a cada ato de sua vida pelas fatalidades da própria carne (...) começa a compreender (espero-o) que o meu objetivo foi acima de tudo um objetivo científico. Criadas minhas duas personagens, Thérèse e Laurent, dei-me com prazer a formular e a resolver certos problemas; assim, tentei explicar a estranha união que se pode produzir entre dois temperamentos diferentes e mostrei as perturbações profundas de uma natureza sanguínea em contato com uma natureza nervosa (...) Fiz simplesmente em dois corpos vivos o trabalho analítico que os cirurgiões fazem em cadáveres”
(ZOLA, Émile, 2001, p. 10).
Com a repercussão desse primeiro romance, em 1871, surgem os dois primeiros volumes da série La fortune des Rougon-Macquart (A fortuna dos Rougon-Macquart) e La cure (A presa), obras que faziam parte do projeto naturalista de investigar cientificamente a sociedade francesa. Houve muitos protestos na imprensa, pois os romances foram acusados de obscenos. Zola não se importou com as críticas e continuou a escrever e a publicar. No ciclo dos Rougon-Macquart, as obras que obtiveram maior repercussão e que transformaram Zola em celebridade literária foram Naná (1879) A taberna (1876) e Germinal (1885).
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