No livro de memórias, O caixeiro, de 1927, Rodolfo Teófilo relata a sua juventude, enquanto trabalhava como caixeiro no comércio de Fortaleza. Enquanto trabalhava o dia todo debaixo do sol quente, estudava tarde da noite, se preparando para realizar o seu sonho, o de cursar Farmácia na Faculdade de Medicina da Bahia. Enquanto trabalhava e estudava, cultivava os seus sonhos de poeta efebo e se encantava pelos versos de Casimiro de Abreu.
Para cumprir seu objetivo, cedo teve consciência de que "só o livro me podia libertar. Devia estudar; mas como? Os dias eram do patrão, só dispunha eu das noites. A vida agora era mais cansada. Passava o dia na praia exposto ao sol, no serviço de algodão. Ao escurecer, sentado á carteira a copiar o borrador! Voltava ás 9 horas da noite das aulas e recolhia-me ao quarto, uma espelunca quente e com mais muriçocas do que as florestas do Amazonas. Ia preparar as lições alumiado por uma miserável vela de carnaúba, de vintém, pois não podia comprar estearina. Estudava três horas, o tempo que durava a luz. Extinta, deitava-me e adormecia pesadamente" (Teófilo, 2003. p.25-26).
O esforço foi recompensado com o diploma de farmacêutico e a vida dedicadas às letras e as ciências.
A Campanha Cultural "A Fome-130 anos: Rodolfo Teófilo Romancista" tem por objetivo homenagear os 130 anos de publicação do polêmico romance "A Fome" (1890), um dos responsáveis pela construção da tradição dos romances da seca na literatura brasileira, ressaltando-o como um escritor-leitor e seu contexto literário da cidade de Fortaleza.
"Este Projeto é fomentado com recursos da lei 14.017/2020 - lei Aldir Blanc - por meio da secretaria municipal da cultura de Fortaleza"
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